Mamã Küsters Vai para o Céu
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
10 NOVEMBRO | 21H30 | IPDJ
MAMÃ KÜSTERS VAI PARA O CÉU
Rainer Werner Fassbinder, RFA, 1975, 113’, M/12
sinopse e ficha técnica: aqui
... um dos nomes maiores da história do cinema, Rainer Werner Fassbinder, cuja obra, uma das maiores aventuras da moderna cultura europeia, foi uma espécie de “abalo sísmico” cujos efeitos ainda hoje se fazem sentir.
Intenso, incansável, Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) foi uma espécie de cometa entre os cineastas do “Novo Cinema Alemão” – Wim Wenders, Werner Herzog, Völker Schlonforf, Margarethe Von Trotta e Alexander Kluge –, que a partir de finais dos anos 60, uma década de contestação e mudanças radicais na sociedade, vieram renovar o cinema na Alemanha, dividida desde o fim da Segunda Grande Guerra, precisamente o ano em que Fassbinder e Schroeter nasceram. Mas as obras de ambos são uma espécie de “continentes à parte”. A produção de Fassbinder foi imensa e em 13 anos realizou 37 filmes, séries para televisão e vídeos, produziu 4 peças de rádio, escreveu 18 peças de teatro e encenou 23. Foi um autor inteiro: realizador, actor (em filmes seus e de outros), director de fotografia, montador, produtor e compositor. A sua criatividade não conhecia fronteiras. Medeia Filmes
Porque correu Fassbinder tão depressa, com a mesma energia louca e a mesma aura escandalosa que também colou à vida, senão pelo desejo de recompor uma Alemanha fragmentada após o III Reich e o traumatismo do nazismo? Fassbinder nasce em 1945, no ano em que a guerra acaba. A sua obra devora as contradições dessa herança como um ogre. Todos os seus filmes, todos os assuntos, motivos, lugares e personagens que ele cria passam pelo destino da Alemanha e por uma interrogação constante de si próprio nesse contexto de martírio e ansiedade extrema.
Mamã Küster Vai para o Céu” (1975) e “Roleta Chinesa” (1976) são meditações nada isentas de ironia sobre a vida conjugal na Alemanha. Francisco Ferreira, Expresso
Mamã Küsters Vai para o Céu (1975), inédito em sala em Portugal, uma explosão de sentida raiva, foi um filme controverso e outro momento alto de uma obra que não tinha medo de colocar tudo em causa, no caso a exploração jornalística, ideológica e económica de uma tragédia pessoal. Como se a utopia da revolução acabasse fatalmente traída. Cartaz Cultural Lisboa
Em Mamã Küsters Vai Para o Céu é considerado o filme mais controverso e sarcástico de Fassbinder. E o mais arriscado. Desde logo, por transformar um episódio de um crime sensacionalista – um homem inconsolado com o despedimento mata o director de pessoal e suicida-se em seguida – num corajoso panfleto em que põe a nu todos os sucessivos aproveitamentos. Birgit Mira tem em mais um papel tremendo, como a mulher e mãe que estará à mercê do aproveitamento da imprensa sensacionalista, mas também com os diversos movimentos políticos, de esquerda e extrema esquerda. Em suma, uma exploração da tragédia, ainda por cima, no momento mais alto na carreira. Paulo Portugal, insider
“Mamã Küsters Vai Para o Céu”: Pão para toda a colher. Daniela Rôla, À Pala de Walsh
Mamã Kusters vai para o Céu, em análise. João Garção Borges, Magazine-HD