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A Savana e a Montanha

Categoria hospedeira: Programação
in Ciclo do mês

 DIA 29 MAI | IPDJ | 21H30

A SAVANA E A MONTANHA
Paulo Carneiro, PT/UY, 2024, 77’, M/12

COM  A PRESENÇA DO REALIZADOR

sinopse, ficha técnica e trailer: aqui

nota de intenções

Covas do Barroso é uma aldeia e freguesia vizinha de Bostofrio, pertencente ao concelho de Boticas. Bostofrio, que outrora pertenceu a Covas, é a antiga freguesia regente a nível eclesiástico e político, onde nasceu o meu pai e onde desenvolvi o meu primeiro filme de longa-metragem “Bostofrio, où le ciel rejoint la terre”. A minha relação de proximidade com este território mantém-me, desde 2018, atento aos acontecimentos em desenvolvimento com a especulação da possível exploração mineira na região por parte da Savannah Resources, gigante empresa de mineração mundial cotada na bolsa de Londres. Desde cedo, tenho acompanhado a comunicação social e as lutas deste povo pela defesa do seu modo de vida naquela que é considerada uma das mais importantes regiões do mundo, classificada como Património Agrícola Mundial (GIAHS). É também distinguida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) pela “genuinidade do território com base na forma tradicional de trabalhar as terras, de tratar do gado e na entreajuda dos seus habitantes”. O que facilmente se compreende pelo seu território com paisagens verdes montanhosas que se perdem no horizonte, como tão bem descreveu o escritor Miguel Torga - “serras sobrepostas a serras e paisagens infinitas” -, que também definiu o seu povo, na obra Um Reino Maravilhoso, como aguerrido e agreste na defesa do que a ele lhe pertence: “Para cá do Marão, mandam os que cá estão!”. Esta nomenclatura dada a toda a região transmontana, onde se integra o “Barroso”, define a riqueza deste território. Não só por todas estas particularidades, mas também pelo meu absoluto compromisso para com estas gentes, nasceu a minha vontade de fazer este filme. Primeiro vieram os contactos por parte das pessoas da aldeia de Covas, que já em 2018 lutavam contra a brutalidade de uma possível exploração mineira na região, que conheciam o meu filme (Bostofrio, 2018) e mostravam apreço pela forma como havia registado o modo de vida das gentes. Depois o contacto visual directo que experienciei com a devastação causada na paisagem pelas primeiras prospecções em busca de lítio - o chamado ouro branco, utilizado nas baterias de telemóveis, computadores e, consequentemente, nas baterias dos carros eléctricos. Considerada a tecnologia para a transição verde, não é na verdade assim tão ecológica, uma vez que essas baterias têm um tempo de vida útil muito diminuto e para as quais até agora não se encontraram soluções recicláveis, o que nos fazem considerá-las apenas como uma energia de transição até se chegar possivelmente à estabilidade do hidrogénio. Para perceber todas as características de uma exploração mineira desta envergadura, falei com geógrafos estudiosos da paisagem, que se pressupõe vir a desaparecer, nos mais de 600 hectares de montanha que se irá escavar, engenheiros mecânicos, familiarizados com a indústria automóvel, geólogos, fora dos meios interessados à exploração e, depois, claro, com o próprio povo que ali vive e se sustenta com a agricultura, apicultura e pastorícia - os seus maiores tesouros que os levaram a ali se fixarem e desenvolverem as suas actividades. Foi, sobretudo, o povo e estas actividades ancestrais que ali florescem que me levaram a juntar-me a esta luta. Porque o cinema tem essa responsabilidade de engajamento à qual não posso fugir. Porque o registo da oralidade que tanto me interessa no meu trabalho procura estar ao lado das pessoas e priorizá-las, sem se reger por políticas económicas ou especulatórias vindas de quem não conhece / vive o território, seja do governo central em Lisboa ou da empresa Savannah Resources de Inglaterra.
Quis fazer uma história com as pessoas e ajudar à luta contra este tormento que lhes tira o sono desde há quase 8 anos para cá. Partindo desta premissa, acompanhei o desenvolvimento dos acontecimentos, filmando os seus pontos de vista em relação à exploração mineira nesta aldeia com 150 habitantes, tida como um mal menor, enquanto oposição ao grande capital que quer a todo o custo avançar. Ou acompanhando-os nos seus ofícios na própria aldeia - agricultura, pastorícia, apicultura, ordenamento do território, etc – ou em momentos de lazer no café da terra. E, voltando a repetir Torga, “Para cá do Marão, mandam os que cá estão!”: é essa força que até ao momento tem caracterizado o povo de Covas do Barroso, que ali lutará “até morrer”, segundo o pastor Nelson. Porque o cinema ainda é “a arma do povo”, como tanto se invocou nas lutas populares em 74. O cinema como arte, lúdica e literária, a ficção para chegar ao documental como forma de mostrar através do gesto e desse quase lúdico acto de filmar os mal-estares e as vontades do Povo de Covas do Barroso. O lugar da câmara como gesto político. 


notas

Porque acredito no poder do cinema, e porque vivi de perto com estas populações, durante as gravações de Bostofrio, Où le Ciel Rejoint la Terre, senti que tinha de fazer alguma coisa. Em Covas do Barroso deparei-me com pessoas tristes e prostradas, e as gravações do filme A Savana e a Montanha vieram mudar essa postura, chegavam com ideias e com pulso firme, queriam mostrar ao mundo que estavam ali para lutar pelo seu povo e pelas suas terras. Fazer este filme sempre teve como objetivo trazer a discussão para cima da mesa e dar a conhecer a todas as pessoas o quão pujante é aquele lugar, que corre sérios riscos de desaparecer. - Paulo Carneiro

Cinema político, sim, mas sem os vícios ou clichês do género; um filme único na sua forma e conteúdo.  - Diego Batlle - Otros cines

A verdadeira (e talvez involuntária) genialidade do filme está em como evidencia a clivagem entre duas causas frequentemente agrupadas, mas que têm objetivos distintos: o conservacionismo e o combate às alterações climáticas. - Christian Zilko - IndieWire

O que nos resta é a celebração de uma comunidade que encontra novas formas de união. - Jonathan Holland - Screen International

Um grito de resistência. - Les Inrockuptibles ★★★★

Revolucionário. - Variety

Fascinante.  - International Cinephile Society ★★★★

Audaz. -  Cahiers du Cinéma

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