Petite Maman - Mamã Pequenina
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
5ªF | IPDJ | 21H30
DIA 26 MAIO
PETITE MAMAN - MAMÃ PEQUENINA
Céline Sciamma, França, 2021, 72’, M/12
sinopse, ficha técnica e trailer: aqui
notas
Esta pequena miniatura (72 minutos) é um conto ou uma novela, literalmente para todos, que transporta uma força insuspeita no modo como mergulha de coração aberto no mundo da infância sem condescendências nem decorativismos. Uma casa e um bosque são os cenários únicos deste filme de generosa delicadeza: a casa da avó de Nelly, e os bosques ao seu redor, onde a mãe de Nelly muito brincou em menina (filmados com uma quase renoiriana sensibilidade por Claire Mathon). O encantamento que Sciamma constrói com tão poucos elementos, ao fazer a menina encontrar uma companheira de brincadeiras inesperada, é de uma ternura e de uma empatia infindáveis; e encantamento é a palavra certa para descrever o enganador pudor de um “pequeno” filme maior do que muitos candidatos a “grandes”. Jorge Mourinha, Público
Um filme de uma enorme sensibilidade, mas que transforma num dos mais belos retratos do imaginário de infância de que temos memória. um filme em estado de graça, iluminado pela bela fotografia de Claire Mathan e pela presença das duas jovens protagonistas. Sciamma usa o cinema como se fosse uma história que se imagina quando se é criança, voltando a abordar no seu universo os rituais de passagem a um estado adulto, aqui de uma forma precoce, motivada pela necessidade do luto. João Antunes, JN
Maravilhoso conto de infância que parte do sereno luto de Nelly (Joséphine Sanz), uma menina de 8 anos, face ao falecimento da avó, conhecido logo nas imagens de abertura. Não é todos os dias que podemos descobrir, assim, um universo infantil alheado da retórica mediática que, em particular na publicidade, insiste em representar as crianças entre patetice obrigatória e vitimização compulsiva. Em boa verdade, Petite Maman transcende o próprio calendário da infância, colocando Nelly numa aventura em que passado, presente e futuro se enredam num labirinto afetivo capaz de integrar todos os mistérios, incluindo o silêncio da morte. João Lopes, DN