How To Have Sex - A Primeira Vez
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
DIA 12 JUN | 21H30
JARDIM DA ALAMEDA
HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ
Molly Manning Walker, UK, 2023, 98’, M/14
sinopse, ficha técnica e trailer: aqui
Com um olhar vibrante sobre o sexo, a amizade e o consentimento, a realizadora Molly Manning Walker pinta um retrato emocionante e familiar do início da idade adulta, numa primeira longa-metragem premiada no Festival de Cannes (Un Certain Regard), nos Prémios do Cinema Europeu (Melhor Descoberta Europeia) e nos BAFTA (Rising Star Award atribuído a Mia Mc Kenna-Bruce).
imprensa
Semelhante a AFTERSUN, a comovente estreia de Charlotte Wells, o filme vive em silêncios e momentos lindamente observados. - The Hollywood Reporter
Molly Manning Walker faz uma estreia excepcional com um poderoso drama da adolescência. Uma experiência visceral e sensorial. A primeira longa de Walker prova que tem uma voz distinta e confiante. Uma desconstrução subtil, mas poderosa, dos sonhos e desejos da adolescência que explora classe e cultura de uma forma humana.
Embora aborde questões sérias de consentimento, HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ não evolui para o tipo de drama angustiante de violação que a sinopse pode sugerir. O filme de Walker é mais um estudo comportamental sem julgamentos que, apesar de favorecer o olhar feminino, analisa generosamente a situação de ambos os lados. A chave para o sucesso do filme é a sua estrela, McKenna-Bruce, cujo desempenho é extraordinário. - DEADLINE
Grande energia, bons desempenhos e piadas alimentam a estreia desta poderosa longa-metragem. Uma actuação fascinantemente empática, complexa e até misteriosa de Mia McKenna-Bruce. Um filme interessante e nada sentimental, sem os clichês daquela idade, e do qual as três protagonistas emergem mais fortes e felizes do que antes.- The Guardian ★★★★
A cineasta britânica Molly Manning Walker examina os primeiros tempos e as primeiras emoções sem escapar às suas trevas numa viagem sensorial (…) Ao estudar meticulosamente a pressão social em torno do sexo, a cineasta descreve como os corpos femininos são programados para serem um catalisador do prazer masculino.(...) O filme de Molly Manning Walker ficará nas nossas mentes por muito tempo.- Les Inrockuptibles ★★★★
Uma estreia impressionante e incrível. Uma história agridoce realizada com sensibilidade sobre sol, areia e um fundo de tristeza. A narrativa é incisiva: Manning Walker tem um ouvido apurado para o ambiente adolescente e um sentido de humor astuto.- Screen
A experiência de How to Have Sex passa de feminina a universal, e lembra como ambos os géneros, de formas diferentes, se deparam com o conceito da necessidade da auto-descoberta, onde a exploração sexual é só um pedaço do todo. How to Have Sex é memorável..." - À pala de Walsh
Um filme de grande intensidade (…) How to Have Sex mostra-nos questões à volta do sexo e, fundamentalmente, à volta do consentimento. Uma viagem de profundo auto-descoberta da Tara [protagonizada por Mia McKenna-Bruce] e para todos nós. - Antena 3
Filmar a adolescência com corpos em fogo. How to Have Sex - A Primeira Vez, é uma proposta de Molly Manning Walker, nova voz premiada britânica, (...) um drama realista sobre adolescentes ingleses em férias e consentimento, um Spring Breakers com naturalismo extremo e um discurso sobre o peso atual da perda da virgindade numa cultura sexual com regras estritamente masculinas. - Diário de Notícias
The Time★★★★
The Telegraph★★★★
Time Out★★★★
ORIGENS E DESENVOLVIMENTO DO FILME
HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ apanhou Molly Manning Walker de surpresa. A inspiração para a sua primeira longa surgiu num casamento, quando estava rodeada de amigos da escola a relembrar umas férias no Mediterrâneo: um ritual de passagem pelo qual os adolescentes britânicos anseiam, um irmão espiritual das férias da Páscoa, mas deliberadamente mais vulgar, suado, sujo e, se possível, ainda mais sexualmente desinibido. Walker pensou ter imaginado alguns episódios dessa viagem de raparigas. “Falei de um broche que tinha visto no palco de uma discoteca, meio convencida de que o deveria ter imaginado, mas todas se lembravam do mesmo.”
Isso deu a Walker a essência necessária para escrever a história. “Não tinha percebido quanta influência sexual isso teve na minha vida, mas também na de todos com quem falei no casamento.” Segundo Walker, estas férias “são mundos construídos em redor da pressão sexual, o que é muito estranho”.
O que começou como um tratamento transformou-se em 58 páginas. Assim que Walker começou a recordar, a história destas raparigas, raparigas que já fomos ou que conhecemos, simplesmente fluiu. Para as produtoras Ivana MacKinnon e Emily Leo, “Molly criou um mundo e uma história enganadoramente simples, mas que abordam questões importantes e complexas sobre as quais pode ser difícil falar”.
Como a sua curta-metragem anterior, GOOD THANKS, YOU?, aborda as repercussões de uma violação, Walker tinha as ferramentas para explorar o que acontece a seguir, como a conversa sobre agressões sexuais é muitas vezes sufocada pelo silêncio, como o consentimento incompreendido e manipulado em todas as idades. “As pessoas ficam sufocadas pelo assunto”, diz Walker. “Eu fui directamente afectada por isso, e é algo muito importante para mim. Não senti que tinha encerrado o assunto.”
A realizadora e a sua equipa criaram grupos de discussão pelo Reino Unido, concentrando-se em cidades principais como Manchester, Nottingham e Londres para perceber o que os jovens sentem em relação ao sexo hoje em dia. Os jovens com quem conversaram foram separados em grupos masculinos e femininos e convidados a ler partes do guião de HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ e a comentarem-no. “Liam a primeira cena de assédio e diziam que não se tratava de assédio. A certa altura, uma rapariga disse: 'As raparigas têm de assumir responsabilidade e não podem ficar tão bêbedas'. No final, tivemos ainda mais certezas de que era importante fazer este filme”, diz Walker. Leo ficou chocada quando várias raparigas e rapazes começaram a falar sobre as suas experiências de assédio. “Em alguns casos pela primeira vez, porque era um espaço seguro e perceberam que era uma experiência partilhada.” Fazer o filme consistiu em captar a “subtileza das pressões sociais à volta do sexo”, admitir que somos “um produto desse ambiente” e encontrar um caminho em frente com novas soluções para que a próxima geração se sinta menos sozinha.
A MENSAGEM
A ambição de Walker é que o filme capte os altos e baixos da adolescência. É sobre o lado sombrio da agressão sexual, mas também sobre a resiliência e as festas e, em última análise, a diversão.
“As festas deram-me uma oportunidade de prosperar, deram-me novos amigos e consolo”, diz a realizadora. “Também acho importante relembrar as partes boas desses espaços.” Muitas vezes, pode haver uma conversa binária sobre a agressão sexual. HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ oferece um diálogo mais complexo sobre o consentimento, com uma linguagem mais fluida. Walker também quer combater aquilo a que chama “não conversa” em relação a estas experiências, onde “o ar de uma sala é sugado quando se fala sobre o assunto”. O objectivo é que as jovens se revejam nestas amizades femininas e compreendam a possibilidade de consentimento contínuo.
A realizadora também prevê algum desconforto do público masculino. “Vai incomodar muitos homens, porque muitos já passaram por isso. Não estamos a retratar o assédio de forma violenta ou excessiva, mas como algo real.” É algo que muitas das mulheres que trabalharam no filme discutiram ter experienciado, o que provou o ponto de vista de Walker.
O objectivo fundamental de HOW TO HAVE SEX – A PRIMEIRA VEZ é iniciar conversas, sobretudo entre adolescentes, sobre as memórias daquele momento de euforia e a importância das amizades, mas também dos momentos muitas vezes encobertos por vergonha e silêncio. Molly Manning Walker quer que os amigos se abram. Seja sobre violência sexual, assédio, abuso ou coerção, para que essas experiências difíceis ganhem vida com uma nova compreensão “e para que essas conversas nos ajudem a começar a reaprender a fazer sexo, enfatizando e explorando o prazer feminino e garantindo que o sexo é para ambas as partes. O consentimento é o mínimo que deveríamos esperar.