Simon Chama
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Categoria hospedeira: Programação
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in Ciclo do mês
28 abril | IPDJ | 21h30 | ENTRADA LIVRE
SIMON CHAMA
Marta Sousa Ribeiro, Portugal, 2020, 84’
COM A PRESENÇA DA REALIZADORA
sinopse, trailer e ficha técnica: aqui
notas
A primeira longa-metragem de Marta Sousa Ribeiro, Simon Chama, da qual é realizadora e argumentista, foi seleccionada para o festival de cinema de San Sebastián [em 2021].
Produzido pela VIDEOLOTION, o filme foi exibido, em estreia mundial, na secção competitiva Zabaltegi-Tabakalera, que acolhe cinema que procura novos olhares e formas mais abertas e arriscadas, onde não existem regras fixas de género ou duração, havendo filmes de ficção, documentais, animação, séries, curtas, médias ou longas metragens.
Realizado durante cinco anos, entre 2015 e 2020, esta ficção acompanha a adolescência do protagonista, Simon Langlois no papel de Simon, e as suas hesitações e formas de sentir após o divórcio dos pais.
Segundo Marta Sousa Ribeiro, “o filme passou por três processos distintos ao longo destes cinco anos: na Parte I (2015-2016), criei o guião sob a forma de episódios/pequenas curtas, que iam explorando as personagens de forma horizontal, sem definir uma acção ou personagem principais. Na Parte II (2017), um Simon mais crescido é assumido como personagem principal num ponto de vista e numa narrativa convencionais. Finalmente, na Parte III (2019) voltámos a assumir a passagem do tempo e ganhámos um Simon novo, mais maduro”.
comunidade de cinema cultuar e arte
[...] Filmado em três fases ao longo de cinco anos, no filme acompanhamos Simon, um jovem que vive com a mãe e irmã apos o divórcio dos pais. “O divórcio dos meus pais influenciou completamente este filme”, disse Marta Sousa Ribeiro ao C7nema, acrescentando que só percebeu bem o filme que estava a fazer há dois anos, comparando o processo a pintar uma tela de olhos de fechados: “Foi um processo de reorganização de ideias (…) terapia (…) um projeto muito ambicioso, demasiado até“.
Sobre a estética muito particular da fita, que aparece em diferentes formatos, como que num jogo de caixas dentro de caixa, Marta diz que uma das coisas que a moldou muito nestes anos de construção da obra foram os vídeos na internet, onde tentou perceber referências do mundo exterior.
“Sentia-me muito numa bolha, basicamente um manual de como sobreviver, como se integrar? Então procurava isso em muitos filmes, via imensos. Parecia-me lógico que o espectador tinha de ver o que eu, ou o Simon neste caso, via. É um sentimento de quereres projetar nos outros o que estava a acontecer“, explicou Marta Sousa Ribeiro, revelando que há ainda outro elemento que a atrai. “Ainda hoje não percebo bem porquê esta ideia trágica e violenta de viver na rua me é tão sedutora, mas acho que tem a ver com o facto de teres liberdade. Por isso mesmo fui buscar aqueles excertos e vídeos (…) eu não quero de todo que isto seja confundido com o resto do material filmado. Isto tem de ser assumidamente diferente. Isto é um formato 720p , isto é uma espécie de um ecrã dentro de outro ecrã. Faz todo o sentido que assim seja, por isso nem sequer aumentei isso”. c7nema.net
outras leituras
Marta Sousa Ribeiro convoca a sua adolescência no filme de estreia, "Simon chama". Observador